quinta-feira, 18 de agosto de 2011


Pensei em escrever um texto desenhado por algumas palavras. Elas iriam preencher ou talvez secar um espanto que possuo ás vezes em tempos que me consomem e me paralisa o rosto.
Sabe, de todos os segredos que já te contei, esqueci de quando paro para te escrever. Nesses minutos antes parece que é impossível conduzir quaisquer palavras para meus dedos tão longos e desajeitados. E fico assim escrevendo um bom começo sem muito sentido, ou talvez seja ele que me possui todos os sentidos.
Hoje lembrei uma musica. Logo hoje que não posso te mandar nem mesmo um torpedo modelo TE AMO!! Cantei então as horas que vieram para que, nem que seja por um segundo, eu possa te ouvir mais uma vez e outra e outra incansavelmente. TE AMO!!
‘Agora eu era o herói
E o meu cavalo só falava inglês
A noiva do cowboy
Era você além das outras três
Eu enfrentava os batalhões
Os alemães e seus canhões
Guardava o meu bodoque
E ensaiava o rock para as matinês...

Senti uma calma em ti..passava em volta ao teu corpo como se todo o resto estivesse paralisado . Imaginei que se pudesse te conquistar, seria como uma tarde num campo, camuflados em meio ao capim alto. Uma cena tranquila de maos dadas e rostos hipinotizados. Paz
E então te beijei..era num show que possuia esse ritmo e numa data que me deixava mais sensitiva para um novo começo.

...e agora eu era o rei
Era o bebedel e era também Juiz
e pela minha lei
agente era obrigado a ser feliz
e você era a princesa que fiz coroar
e era tão linda de se admirar
que andava nua pelo meu país..

Passeava em meu corpo com se tentasse decorar o caminho. Sem descanso tu se entregou á esse amor, admirado pelos contos que iríamos escrever. Foram com os sortidos sonhos que me presenteava logo ao amanhecer de todos os dias seguidos. Eu possuía o belo, o pleno e o encantado.





... Não, não fuja não
Finja que agora eu era o seu brinquedo
Eu era o seu pião
O seu bicho preferido
Vem, me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido
Em mim havia romance demais. Eu me perdia quando acordava e estava diante duma historia para viver. Tinha que ser bem certa do que guardava em mim e mais ainda, eu precisava te falar, te contar alguns segredos. Isso era demais..eu nao possuia dedos sufucientes para escreve-los. E lhe contar seria uma ousadia minha.
Mas enganada nao percebi que ja havias roubado de mim o lugar onde guardava meu amor, ja havia me tomado o corpo, a alma e todas as minha estorias.

...Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá deste quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim?

E então me entreguei feito um bicho solitario. Sentava em cima de papeis úmidos e num ato desesperado escrevia e repetia as palavras que havia levado de mim. Tu as possuia como um faminto. Eu te alimentava. Meu corpo se contorcia de saudade tua, meus romances pareciam lembranças sonolentas de estorias ja contadas e em mim restava um espaço enorme que se preenchia alternadamente por vida e medo.

Enfim meu amor tu me possuia, enfim meu amor eu escrevia um conto.

Nao me percas amor..pois estou aqui em meu jardim vivendo para que eu possa mais uma vez te contar meus segredos e me sentir viva por secar de meu peito meus medos e abastecer-me de fé. Sou assim, sempre fui um turbilhão de palavras, musicas, cores e lágrimas.

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