terça-feira, 17 de maio de 2011

Mãe

Escrever contos e os demais amores parecia-me uma tarefa não tanto fácil. Mais hoje quando me propus a te escrever vi que esses contos são como os ventos que a todo instante me embaraçam o cabelo e me refresca o dia quente que passa. São inevitáveis, são meus e assim posso ir tecendo minhas belas estórias. Porém dedilhar sobre alguém que me construiu por e com esses e outros amores, não foi comum.
Lembro-me de quando ela me pediu uma poesia. Ela cantava alto em seus aposentos para que de alguma forma eu pudesse me inspirar ou me lembrar de quando dormia em seus braços reconhecendo a voz que por toda a vida me acalantou. Ela me pedia uma poesia e eu queria mais uma vez aqueles braços, aqueles abraços.
Não pude escrever-te, e hoje ainda não posso. És gigante demais . Também és fulgás com o sopro de tuas canções. Escapa-me todas as vezes que tento dedilhar quaisquer palavras. E foi destas palavras que me sobraram algumas e consegui desesperadamente segurar ainda meio que gaguejando e compus esse texto talvez um pouco tolo, mas que foi escrito por essa minha mania besta de amar-te tanto.
Nesse pequeno texto quero pedir-te apenas que continue a me guiar por esse caminho em que desenhaste para mim. Caminho em que vimos e vivemos por causa de suas cores, suas curvas, de sua textura, de seu e agora nosso barro. Foi assim que me criaste e me moldaste para que eu pudesse de alguma forma te aliviar o peso da vida em nossas conversas e devaneios sobre Arte.
Agradeço-te por me emocionar tanto e por me fazer uma tola capaz de chorar incontrolavelmente diante de um tom azul.

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