terça-feira, 6 de abril de 2010

Pequenos pedaços meus

Tenho algumas palavrinhas escondidas por aqui. Hoje reli todos os meus poemas, viajei por mil passados e me debulhei em lágrimas. São tantos. Todos azuis. Uns vinham etiquetados como sendo frágeis, outros são aqueles que não precisam de moderação. Embriaguem-se! Encontrei um que guardava meu rosto ao lado, esse foi feito para ti, entre tantos feitos para ti, esse conduzi cuidadosamente em meus momentos raros de sobriedade. Lembro-me daquele sorriso, como custei a desenhá-lo para que ficasse perfeito em teu poema.
Hoje amanheci com um poema, feito para mim. Tomates!!! Adoro-te tanto. Logo hoje, que foi depois de ontem. Depois de ter murchado até que a ultima lágrima fosse derramada em braços de meu amor. Logo hoje que acordei um pouco mais’’ blasé ‘’. Tomates! Amo-te tanto. Vou sim como a Primavera. Agora posso me suportar um pouco mais. Vou correr em meio à piçarra produzindo com barro meu o mais lindo jarro. É dele que me brotam uns pedaços de talos. São destes, talos, que escrevo meus poemas. Não seriam rosas? São flores. São espinhos.

Menina
de saia florida roda
Balança as flores da copa
Se são ipê
Lindas
Cái
Murcha
Também morre
Não chore
Floria
Mais que uma vez no ano
que há flores todo tempo
No seu momento
Menina
De imbu
cheira
mandacaru

no ipê
violeta
amarelo
alaranjado
jardim
e
sonhos
dóirado.

Paula Alves


Vou indo por ai. E me demoro. Quero sentir saudades, roçar-me por entre as arvores, espiar cada detalhe tolo. Encantar-me. Quero me procurar também, se não me falha a memória, deixei algumas pistas em meu caminho. Não volto. Dou uma volta. Vou por caminhos desconhecidos. Caminhos que me assombram as topadas nas pedras nunca vistas. Mais ainda assim, meio perdida, deixarei algumas pistas. Vai que me encontro? Não, não suportaria tal fim.

Um comentário:

  1. Uns vinham etiquetados como sendo frágeis, outros são aqueles que não precisam de moderação. Embriaguem-se!

    Degustando cá...

    ;)

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