quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

MEU TEMPO E EU....Mais uns de seus devaneios


O que levaria uma menina assustada a escrever? No meu ver uns tantos pedaços de dor já basta!
Quando me questionava sobre a ousadia minha em me tornar uma poetiza me encabulei ao perceber que não tenho tantos recursos para tal. Confiei em minha pulsação angustiada de viver enquanto transmudo com delírios afins. Acompanhava-me nas caminhadas diárias á procura de um suspiro qualquer de inspiração para me satisfazer enquanto escrevia.
Besteira a minha, sempre tive na verdade essa mania besta de esperar um grande encontro com a luz poética, seja nas palavras escritas, seja na composição das cores ou então nas manchas barrentas de minha argila. Não me atrevia a desapontar qualquer olhar critico sobre minhas criações e principalmente me curvava ao meu olhar que insistia em condenar minhas escolhas cromáticas. Contudo aprendi a seduzir o tempo, esse mesmo que me acompanha agora, pois antes ele era inalcançável, cruzava vez ou outra minha estrada como um sábio mestre que vez em quando acariciava minhas escolhas e antes mesmo que eu pudesse reconhecê-lo escapava como uma fumaça quando encontra uma suave brisa. Hoje me acostumei com a idéia genial de que eu e ele somos um só. Olho-o agora como um pedaço meu que não me estabelece limites e fases, tirando assim essa idéia tola de que ele com os segundos, os minutos, os dias ou os anos passando irá me tornar uma grande mulher, mais sabia e madura. Não o quero num futuro, não o quero numa pretensão de me torna algo, quero-o agora, aqui enquanto escrevo. Quero-o enquanto vivo minhas escolhas certas e principalmente nas erradas para poder senti-lo mais forte, mais presente.
E esse tempo que aqui me revela a escrever uns poucos desabafos me tornando mais complacente com minhas poesias me conduz a uma posição agora sem mais convicções e frases prontas. Sigo curtindo minhas proposições do que é poetizar e porquanto vou quebrando todas as regras e vez e outra consultando um amigo dicionário e um coração ora contente ora amargurado.

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