quarta-feira, 17 de março de 2010



SAMBA ASSIM

Fui alternando os dias de samba
Terça e quarta e sexta e madrugando
Com calos infectados a manhã que se ergue insana
Despeja a solidão ingrata na noite que segue

Um dos poucos sonhos que tive
Sambaleando na multidão ás 4 horas da madrugada
Numa obediência profana
Enrolava meu corpo esguio ao som do surdo
Tremia minha carne alva no chiar do pandeiro
Decantava minha alma azul nas cordas do cavaquinho

Na passarela contive meus trajes
Mas a noite não me confia á cama
Uma dama que descascava seu pudor ao samba
Outrora descansava o tal em desconhecida cama.
Por samba de mulato faceiro
Como uma suave brisa
Conduzia meu embriagado cabelo ao toque
Lento e meloso de seu travesseiro

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